domingo, 26 de janeiro de 2014

Valladolid e La Clemenza di Tito


Escapada operática já no dia 29, quarta-feira. Dois dias depois do aniversário do compositor (27 de Janeiro).

La Clemenza di Tito foi a útima ópera de Mozart, que a compôs por encomenda, à pressa em dois meses, ainda com a Flauta e o Requiem por acabar, e já muito debilitado pela doença. A encomenda destinava-se à cerimónia de coroação de Leopoldo II da Boémia.

É uma opera seria "recauchutada" de uma obra de Caldara já com 60 anos, e adaptada de um libreto original de Metastasio muito desactualizado. Na estreia, ficou célebre o comentário de Maria Luísa, a Imperatriz, mais favorável à ópera napolitana: 'una porcheria tedesca'. Esperavam uma obra festiva, com bailes e efeitos de luz, saiu-lhes um estudo moral sobre a capacidade de perdoar.

Claro que a música é a verdadeira valia da ópera, mas o magnânimo Tito está retratado talvez mesmo melhor ainda que o Don Giovanni. Há um propósito didáctico, moralista, em mostrar um governante nobre e clemente para dar um exemplo de como se deve exercer o poder, com sabedoria e humanidade. Seria esta a intenção de Mozart ao escolher a Clemenza para uma coroação ?

A verdade é que, depois da morte de Mozart, a ópera triunfou em Viena, Graz, Linz e Berlim, com casas cheias e muito aplauso; em grande parte, este sucesso deve-se também a Constanze, a esposa de Mozart, que teve por esta obra uma dedicação muito especial, maior que por todas as outras.

A encenação de Valladolid é a mesma que passou no Teatro Real de Madrid, de Marco Carniti, com o upgrade de Vivica Genaux em Sesto.


Algumas árias e duetos, também para ir comemorando o aniversário:

Deh, se piacer mi vuoi
Ah, perdona al primo affetto
Torna di Tito a lato
Tu fosti tradito
Deh, per questo istante solo
Del più sublime soglio
Parto, parto, ma tu, ben mio
S'altro che Lacrime

Quanto à cidade, tem uma bela Plaza Mayor, algumas obras do gótico plateresco, um museu Colón (lá residiu e faleceu), uma passagem-galeria arte nova, e está inserida numa região de magníficos castelos: Simancas. Peñafiel...

Fica aqui o aperitivo.







sábado, 25 de janeiro de 2014

Euromaidan

Ora aí está o que é um povo digno e corajoso. Não se escudam com militares. Não combatem múmias. Enfrentam um dos estados mais poderosos e (ainda) repressivos do mundo. E sabem que a liberdade pode não lhes trazer enriquecimento.
À beira disto, o 25/4/74 é uma comédia.














terça-feira, 21 de janeiro de 2014

più ricchi perché si fa di più per la cultura


Claudio Abbado:

'La cultura rende ricco un Paese, anche economicamente. Non è vero che in Germania o in Austria si fa di più per la cultura perché sono più ricchi. E’ vero il contrario: sono più ricchi perché si fa di più per la cultura.'

'Les pays qui investissent dans la culture sont les plus riches. Ceux qui croient dans la culture investissent pour l'avenir. C'est la culture qui fait la richesse, et non pas le contraire.'

http://mobile.leconomiste.com/article/claudio-abbado-sans-theatre-une-ville-est-sans-memoire

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Claudio Abbado, um italiano em Luzern.


Poucos serão os músicos com uma carreira tão exemplar como Claudio Abbado. O maestro italiano dedicou-se integralmente à música, à direcção de orquestra e ao estudo musicológico, com um voluntarismo, uma seriedade e uma paixão que não haverei nunca de  esquecer.

Atingiu o seu melhor, quase de génio, com a Orquestra do Festival de Lucerna, que fundou e dirigiu já com idade avançada mas na posse de uma maturidade que nos deu concertos inesquecíveis e as melhores gravações de Mahler dos últimos anos. Mas com Mozart e Bruckner era igualmente incontornável. Lamento só que nunca se tenha verdadeiramente dedicado a Brahms e a Wagner.


Tive a sorte de o ver dirigir a 2ª de Mahler em Lucerna. Mahler, Abbado, Lucerna são desde então indissociáveis no meu imaginário.

Entra para o podium dos grandes, com Bruno Walter, Toscanini, Klemperer, Karajan, Bernstein...

Só um bocadinho - empolgante - da Quarta:




domingo, 19 de janeiro de 2014

John Rae, 'the essence of exploration'


Estou a acabar o relato das viagens de John Rae pelo ártico canadiano, ao serviço da Hudson's Bay Company, narrado por Ken McGoogan em 'Fatal Passage'.

O título refere-se à mítica passagem do Noroeste, que Rae ajudou a mapear descobrindo um pequeno canal navegável ainda desconhecido,  e ao destino funesto que nessa zona encontraram todos os membros da expedição marítima de John Franklin em 1847. Seria John Rae o primeiro a ter conhecimento da tragédia, em 1854, e a ingrata tarefa de a divulgar no Reino Unido, onde a notícia foi desacreditada. Não sabia, mas Charles Dickens teve um papel algo vergonhoso nesta história.

John Rae, ao contrário da rígida norma do Admiralty britânico, não ia por mar, não acampava em tendas nem construía casas abrigo em pedra. Viajava por terra com trenós e usando canoas leves nos trajectos fluviais, acampava em igloos que aprendeu a construir com os esquimós, com eles comerciava para obter alimento e informações, caçava continuamente e armazenava mantimentos em depósitos semeados pelo percurso para usar no regresso em caso de necessidade. Nunca niguém tinha percorrido a pé distâncias tão grandes sobre o gelo do ártico.

Destaco aqui, da Fatal Passage (a escrita não tem grande requinte, de resto), alguns momentos de deslumbramento desse escocês das ilhas Orkney, de família de pescadores, ao encontro da noite, da solidão, das luzes, do espaço imenso e ermo daquela zona do Canadá onde os europeus nunca tinham chegado.


'The night was clear and beautiful, the sky blazing with stars, and as he strode deeper into the treeless barrens, the silence broken only by the crunch of snowshoes on hardpacked snow, Rae revelled in the knowledge that no European had ever passed this way. Here at the edge of the known world, hundreds of miles from the nearest fur-trading post (which itself lay hundreds more miles from any large settlement), every step he took carried him deeper into the unknown. This was the essence of exploration.

On the horizon, as if in celebration, the aurora borealis emerged out of nothingness to form a great, shimmering rainbow across the northern sky. While Rae marched into the night, its arch slowly grew larger, filling more than half the heavens before resolving itself into a series of vertical, grass-green rays cascading toward the horizon.Then began a shimmering dance of violet light, folding and unfolding across the sky in a thousand shades of purple, advancing, retreating, and finally shattering in a liquid explosion that ended with a sparkling, multicoloured shower.'


A noite estava límpida e bonita, o céu cintilante de estrelas, e à medida que ia entrando mais a fundo no baldio gelado e sem árvores, o silêncio quebrado apenas pelo crepitar das raquetes na neve dura, Rae desfrutava do conhecimento de que nenhum Europeu tinha alguma vez passado por aqueles caminhos. Ali no extremo do mundo conhecido, a centenas de quilómetros  do mais próximo entreposto de peles (que por sua vez fica a centenas de quilómetros de qualquer grande povoação), cada passo que dava  penetrava mais adiante no desconhecido. Era essa a essência da exploração.

No horizonte, como uma celebração, a aurora boreal surgiu do nada para formar um grande, luminoso arco-íris no céu do Norte. Enquanto Rae marchava noite adentro, o arco lentamente ia crescendo, cobrindo mais da metade dos céus antes de se resolver numa série vertical de raios verde-relva em cascata na direcção do horizonte. Começava então uma dança cintilante de luz violeta, que se dobrava e desdobrava através do céu em mil tons de lilás, avançando, recuando e finalmente estilhaçando-se numa explosão líquida que terminava com um espumoso chuveiro multicolorido.



quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Dame Horne, 80 anos: l’alma a consolar


Já não se canta assim.
Obrigado, Marilyn Horne.

Dove sei, amato bene, da Rodelinda de Händel


Dove sei, amato bene?
Vieni l’alma a consolar!
Vieni, vieni amato bene!
Son oppresso da tormenti,
Ed i crudi miei lamenti
Sol con te posso bear.



terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Males que vêm por bem, ou 'Viva o Velho ! '


Avariou-se o meu amplificador do sistema audio. Foi para reparação e lá está vai para ... 2 meses !

Houve alturas em que desesperei por falta de música. Claro que ia ouvindo nas colunitas do portátil, mas não é a mesma coisa, de todo. Gosto daquele som cheio e do palco vasto.

Entretanto, os CDs em espera iam-se acumulando. Ainda levava alguns para ouvir no carro - aí o problema é que a audição é sempre interrompida por mil e um ruídos, distrações,  e pelo fim da viagem.

Uma alma caridosa lembrou-se de que tinha em casa um ampli extra sem uso. Quando o levei para casa estava incrédulo e pouco motivado. Era um Musical Fidelity A1 dos anos 80,  já muito "tosco".  Incompatível com os meus cabos de colunas.

Mais uma vez que fui à loja protestar contra a demora; o amigo Francisco nada podia fazer, mas sugeriu uma marosca - "shuntar" (*) as colunas, de modo a ficarem com metade das entradas e serem compatíveis com a saída do ampli. E fez-me os "shunts" - 4 cabitos coloridos com as pontas nuas.

Em casa olhei para aquilo, descrente, mas comecei a longa tarefa de ligações. Não atinei à primeira, mas de repente... há som nas colunas !
E que som ! Ena.
Pois o MF A1 do meu mano Paulo, de 45 W,  envergonha o meu Arcam de 2001 avariado, de 100W. É muito mais limpo, articulado, focado, um pouco seco mas até gosto - o meu é demasiado para o macio. Estou entusiasmado. Há discos que parecem renascidos.

Discos que vão rodando:

Os 6 Brandeburgueses de Bach pelo escocês Dunedin Consort:
Uma revelação. Quem acha que já não é possível fazer melhor que Pinnock, Jacobs ou Giardino Armonico está enganado. Prémio Gramophone 2013.

Concertos para violoncelo de Vivaldi porJean Guihen Queyras e a Ak. Alte Musik:
Surpresas vivaldianas bordadas em seda. Fica aqui um extracto:

O adagio (aos 3:08) é uma pequena jóia.

Geminiani, sonatas para violoncelo, por Bruno Cocset & Les Basses Réunies
'Une étude particuliére' de Monsieur Geminiani, para nosso deleite. Ninguém mais soa assim como os Basses Réunies.

E, claro, Brahms (tudo!), o Schubert de David Zinman, o Wigmore Recital de M. J. Pires ... e à noite algum John Surman.
Ainda não voltei à ópera e canto, mas não tarda.

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(*) em português: curto-circuitar :)

domingo, 12 de janeiro de 2014

Bach, para começar musicalmente o ano aqui no Livro


O Largo do concerto nº5, BWV 1056, é uma daquelas (muitas) obras de J.S. Bach que não têm igual: são geniais e pronto, e por mais conhecidas que sejam resta-nos ouvir num estado entre o pasmo e a levitação . E talvez cantar.

Três escolhas:

A lentidão e interioridade sublimes, os silêncios do piano de W. Kempff


A pureza e a minuciosa perfeição de T. Pinnock no cravo, mais autêntico


O toque doce e contido (triste?) de Maria João Pires


Numa obra de 3 minutos, como pode uma interpretação ter mais 40 segundos que outra ? Não é incrível ? E sem que se lhe possa apontar defeito ! Mais ou menos 40 segundos, a obra de mestre Bach não se importa - fica até a ganhar com a variedade. Até porque o próprio J.S. usou este Largo numa das cantatas, e num concerto para oboé, e num concerto para violino...

Querem-me obrigar a escolher uma para a ilha deserta ?
Kempff. A mais "hereje".

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

From Kiev, with love


Ainda dedicado à Ucrânia, um País com letra grande, a vários títulos.

Nem todos saberão que a fundação da nacionalidade ucraniana aconteceu sob mando dos ... Vikings ! No séc. IX, eles contornavam toda a Europa, a ocidente pelo mar (Atlântico e Mediterrâneo), a oriente descendo do Báltico pelas rotas fluviais das bacias do Dnieper e do Volga.

Várias excursões nórdicas arribaram sucessivamente à zona de Kiev e, mais escaramuça menos escaramuça, impuseram-se à maioria eslava local. Conhecidos como Varangianos (do nome que os gregos davam aos nórdicos), instalaram-se em Kiev, convenientemente localizada na rota de comércio entre Bizâncio e o Oriente, rota que cruzava com a que já dominavam há algum tempo entre o Báltico e Constantinopla. Já entrando pelo séc. X, sob o comando do príncipe Oleg, que proclamou Kiev "a mãe das cidades russsas", o domínio territorial cresceu para norte ao longo do rio Dnieper.
Os entrepostos de comércio, tanto fluviais como no mar Negro, enriqueciam os Rus' de Kiev. Rus' era uma das etnias varingianas, significa "remadores", o que faz todo o sentido; também daí nasceu "Rússia", talvez via o árabe Rusiyyah.
Sob o príncipe Oleg e depois com a era áurea de Vladimir, o domínio de Kiev estendeu-se a uma vasta região entre o Báltico e o Mar Negro. As etnias ainda hoje reflectem esse misto de nórdico com eslavo.

A prosperidade de Kiev, muito ligada ao Império Bizantino, foi algumas décadas anterior à nacionalidade portuguesa.

Até à completa destruição pela invasão tártara/mongol (a Horda Dourada) no séc. XII, o principado Rus' de Kiev foi uma das nações mais ricas do ocidente, a par com o Império Bizantino. Como se vê, pode reivindicar uma antiguidade que ultrapassa a lusitana, E uma antiga e intensa conexão com a Europa.

Folha da 'Crónica de Nestor', o mais antigo registo Eslavo Oriental e fonte de quase tudo o que se sabe sobre os Varingianos e o Rus' de Kiev (850-1110).

De 980 a 1050, foi governador o príncipe Vladimir o Grande, "Sol Radioso" dos Rus', e o seu histórico herói unificador. Um típico varangiano, pagão, que prestava culto ao deus do Trovão... e acabou forçado a optar entre as três religiões da época, católica, ortodoxa e muçulmana.


Os Kievianos foram ver os locais sagrados, ponderaram, debateram, e logo eliminaram a tristonha fé muçulmana, que proibía o álcool e a carne de porco - lá se iam as grandes borgas da tradição Viking. Queriam alegria. E aderiram "racionalmete" à religião Ortodoxa, a mais festiva e pomposa, impressionados com os cerimoniais a que assistiram na Santa Sofia de Constantinopla: "nem sabíamos se estávamos no céu ou na terra !", comentaram os enviados de Vladimir.

Logo construiram uma grande catedral em Kiev e outra em Novgorod, e Vladimir ficou como um ícone, um santo venerado pela cristandade.

Santa Sofia de Kiev (séc. XI),  o mais belo testemunho do principado medieval de Kiev.

Monumento (recente) aos fundadores nórdicos de Kiev.

Mas dou um salto de séculos e  volto ao presente. Eu nem sabia que tanta gente importante nascera na Ucrânia (muitos destes nos tempos em que esteve integrada na URSS). E já não menciono emigrantes de ascendência ucraniana - a lista de ilustres seria mesmo enorme.

Músicos:

Sergei Prokofiev, comp.
Emil Gilels, pn. (Odessa)
Vladimir Horowitz, pn. (Kiev)
Sviatoslav Richter, pn.
David Oistrak, vln. (Odessa)
Isaac Stern, vln.

Escritores:

Joseph Conrad, alias Józef Teodor Konrad
Nikolai Gogol
Clarice Lispector, alias Chaya Lispector

Pintores

Kazimir Malevich (Kiev)
Sonia Delaunay, alias Sarah Ilinitchna Stern
Vladimir  Borovikovsky

Ballet

Vaslav Nijinsky (Kiev)

Oksana Baiul, patinadora artística (gelo), uma das melhores de sempre:



E ainda:

Igor Sikorsky, engº aeronáutico (Kiev), criador do helicóptero moderno.

Quanto a grandes empresas, bastaria uma - a Antonov, companhia estatal de construção aeronáutica:

O gigante An-225 (ver um a levantar voo, em 2013, aqui)

O mais vendido - o An 148.

E também na construção naval os Estaleiros de Mykolaiv e Kherson, no Mar Negro, que exportam para todo o mundo. O quebra-gelos chinês Xue Long, que na semana passada participou no resgate dos passageiros do russo Akademik Shokalskiy preso numa enorme placa de gelo na Antártida, foi contruído num desses estaleiros ucranianos. A Ucrânia, ao contrário da moda,  conseguiu manter um elevado poderio industrial.

A emigração crónica: com 45 milhões de habitantes, a Ucrânia não consegue dar uma vida decente à população - o PNB per capita é mesmo muito baixo. Daí a diáspora , que até cresceu mais ainda com a independência.

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Uma curiosidade significativa:

Desde 1996, a Ucrânia mantém em funcionamento o ano inteiro a Estação Vernadsky, na Antártida, comprada por 1 libra ao Reino Unido :
A Ucrânia é um dos 8 países europeus a manter uma base polar na Antártida.

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Notas:

1 - As autoridades soviéticas sempre negaram e calaram esta origem nórdica do seu Estado, considerada rude e inferior -  só valorizavam a herança eslava e germânica. Sabe-se também como tratavam os povos nómadas do território asiático...

2 - Mas em boa verdade, os viajantes e invasores nórdicos pouco deixaram em termos de herança cultural; onde quer que fossem, adoptavam a cultura local e só queriam riqueza e poder. Isso não tira valor à empolgante exploração por via marítima e fluvial, desde a Tera Nova até quase aos Urais...


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O Anjo Gabriel e outras maravilhas, de Vladimir Borovikovsky


Começo o ano com uma pequena homenagem à simpática Ucrânia (a-que-quer-ser-europa) na pessoa de um dos seus melhores:

Vladimir Lukich Borovikovsky (1757 - 1825, Mirgorod, Ucrânia ) foi um pintor russo/ucraniano que obteve grande sucesso como retratista na viragem de século XVIII / XIX, junto da corte de S. Petersburgo. E merecidamente:

'Maria Norova' (detalhe)

'Maria Lopukhina' (detalhe)


'Elena Alexandrovna' (detalhe)

'Princesa Gagarina com guitarra'


'Alegoria do Inverno'

Mas antes de ir para a corte, em 1788, Borovikovsky começara a carreira como pintor de ícones religiosos nas igrejas. E é dele um admirável Arcanjo Gabriel, para a Catedral de N. Sª de Kazan em S. Petersburgo:


A obra data da época 1804-1809, quando Borovikovsky pintou ícones para a Porta dos Czares (ou Porta Real) do Iconostasis. O Arcanjo Gabriel guardava o lado Sul da Porta.


Actualmente encontra-se no Museu de Estado Russo em S. Petersburgo.

No lado Norte estava o Arcanjo Miguel, sendo ambos os anjos guardiões do altar.

Esta obra de Borovikovsky está na Galeria Tetryakov de S. Petersburgo.

'Arcanjo S. Miguel' (detalhe)

Mais (em russo):
http://www.n-i-r.su/modules.php?name=Content&op=showpage&pid=670