domingo, 8 de fevereiro de 2015

Sinfonia Concertante de Johann Christian Bach


Ao contrário do pai, Johann Christian devia ser muito extovertido e alegre, feliz mesmo. É o que transparece na música dele, e nesta Sinfonia Concertante T289 Nº4, de 1775 (o terramoto !), talvez mais que em qualquer outra.

A dita "música galante", em voga na Londres onde Johann Christian tinha assentado arraiais, dá mais ênfase à linha melódica, à fluidez, em prejuízo do intrincado contraponto barroco. Mas a verdade é que nesta obra encontro um fabuloso domínio técnico do diálogo instrumental /orquestral, e quatro instrumentos solistas numa sinfonia não são fáceis de gerir. Não é por acaso que Mozart admirava muito Johann Christian e se deixou influenciar por ele. Encontraram-se pela primeira vez em 1764, tinha Mozart 8 anos e já uma sinfonia composta ! Ficaram amigos para sempre.

Esta é uma das últimas obras de Johann Christian Bach, que em breve iria declinar ao mesmo tempo que entrava em ruptura financeira, tendo um pobre final de vida, endividado.

O Larghetto (7:28), nada triste, é particularmente contagioso, com o diálogo de oboé e flauta numa bela melodia e a orquestra a constituir o 3º instrumento de forma ... genial, sim. E o risonho final Allegretto (13:34) transborda de gusto.


Flauta: Rachel Brown
Oboé: Frank de Bruine
Violino: Simon Standage
Violoncelo: Davíd Watkin
The Academy of Ancient Music




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